Intervenção de Jerónimo de Sousa

Um Partido mais forte para a alternativa<br>patriótica e de esquerda

Image 16643

Co­me­mo­ramos os 40 anos da Re­vo­lução de Abril nesta edição da Festa do Avante!, nesta Festa que é de Abril. Ce­le­bração do acto e do pro­cesso mais avan­çado e trans­for­mador da nossa época con­tem­po­rânea, em que apesar do grau de des­truição das suas con­quistas e re­a­li­za­ções, os seus va­lores con­ti­nuam in­des­tru­tí­veis e pe­renes, va­lores da fra­ter­ni­dade, mi­li­tância, par­ti­ci­pação, da jus­tiça so­cial, de­mo­cracia e so­ci­a­lismo, paz e ami­zade, que an­co­rados no co­ração e na cons­ci­ência de muitos por­tu­gueses se re­novam e re­ju­ve­nescem nesta Festa do Avante!, nesta Festa de Abril, com a par­ti­ci­pação da ju­ven­tude que, sem lhe chamar esse nome, se iden­ti­fica com esses va­lores da Re­vo­lução.

Num tempo em que os exe­cu­tantes da po­lí­tica de di­reita negam às novas ge­ra­ções o di­reito ao sonho, o di­reito ao tra­balho com di­reitos, nós que­remos apelar à ju­ven­tude para que tome nas suas mãos, com a sua luta, a exi­gência de uma outra po­lí­tica que lhe per­mita cons­truir as suas vidas, agar­rando nos va­lores de Abril e con­tando com o PCP.

Esta é uma festa que vai muito para lá das suas pró­prias fron­teiras e da fron­teira do nosso País. Que­remos por isso saudar todos aqueles que, com a sua pre­sença, trans­for­maram a Ata­laia na Festa da So­li­da­ri­e­dade In­ter­na­ci­o­na­lista e da luta. Uma sau­dação ca­lo­rosa que trans­mi­timos às mais de 50 de­le­ga­ções es­tran­geiras de par­tidos co­mu­nistas e ou­tras forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias e pro­gres­sistas pre­sentes na nossa Festa.

Ao saudar os que aqui estão, sau­damos si­mul­ta­ne­a­mente os povos e todas as forças re­vo­lu­ci­o­ná­rias e pro­gres­sistas em luta. Para eles vai a men­sagem deste Par­tido que aqui está e que não de­siste de lutar por uma so­ci­e­dade livre da ex­plo­ração do homem pelo homem.

Um Par­tido de­ter­mi­nado em con­tri­buir para o for­ta­le­ci­mento da luta anti-im­pe­ri­a­lista, pela paz, os di­reitos e a so­be­rania e in­de­pen­dência dos povos. Uma luta que ad­quire nos dias de hoje uma im­por­tância de­ci­siva e que exige o for­ta­le­ci­mento dos par­tidos co­mu­nistas, do mo­vi­mento co­mu­nista e re­vo­lu­ci­o­nário in­ter­na­ci­onal e a con­ver­gência de todas as forças que possam con­fluir na luta contra as guerras im­pe­ri­a­listas, a opressão e a ameaça do fas­cismo e pelo for­ta­le­ci­mento do mo­vi­mento da paz e de so­li­da­ri­e­dade com os povos.

Não foram muitos os mo­mentos da His­tória mun­dial em que a Hu­ma­ni­dade se viu con­fron­tada com tão grandes pe­rigos como os de hoje. As guerras e pro­vo­ca­ções im­pe­ri­a­listas su­cedem-se a um ritmo in­fernal. A re­tó­rica be­li­cista pro­paga-se. In­ten­si­fica-se a cor­rida aos ar­ma­mentos e re­forçam-se ali­anças mi­li­tares agres­sivas como a NATO –, que re­a­liza nestes dias a sua ci­meira onde de­cide ainda mai­ores avanços no mi­li­ta­rismo e pro­vo­ca­ções, no­me­a­da­mente vi­sando o Leste eu­ropeu e a con­fron­tação com a Fe­de­ração Russa.

As prin­ci­pais po­tên­cias im­pe­ri­a­listas es­pe­zi­nham cada vez mais o di­reito in­ter­na­ci­onal, fo­mentam, armam e fi­nan­ciam mer­ce­ná­rios e or­ga­ni­za­ções aber­ta­mente fas­cistas e ter­ro­ristas, que de­pois dizem hi­po­cri­ta­mente querer com­bater.

Pas­sados 100 anos do início da Pri­meira Guerra Mun­dial e 75 anos do início da Se­gunda, os tam­bores de guerra ecoam em vá­rias re­giões do Mundo, desde o Ori­ente até à Eu­ropa, assim como no tão mar­ti­ri­zado con­ti­nente afri­cano. Tais de­sen­vol­vi­mentos re­pre­sentam uma muito séria ameaça para a paz no mundo.

É este o re­sul­tado da brutal in­ten­si­fi­cação da ofen­siva im­pe­ri­a­lista!

Es­tamos pe­rante uma vi­o­lenta ofen­siva mi­li­ta­rista. Mas esta é apenas uma das faces dos pe­rigos que temos de en­frentar. Pa­ra­le­la­mente in­ten­si­fica-se a im­po­sição de um brutal re­tro­cesso ci­vi­li­za­ci­onal no plano dos di­reitos so­ciais, la­bo­rais e de­mo­crá­ticos dos tra­ba­lha­dores e dos povos e de­sen­volve-se uma avas­sa­la­dora ofen­siva ide­o­ló­gica que visa ma­ni­pular as opi­niões pú­blicas.

Ca­pi­ta­lismo leva ao de­sastre

Passam este ano os 25 anos sobre a queda do muro de Berlim. Nessa al­tura, os se­nhores do mundo exal­tavam nos seus dis­cursos um ca­pi­ta­lismo vi­to­rioso, que ha­veria de trazer pro­gresso e paz a todo o Mundo.

Pas­sados apenas estes anos – é im­por­tante lembrá-lo – a re­a­li­dade en­car­regou-se de de­mons­trar a fal­si­dade das suas teses e pre­nún­cios.

Onde estão agora os arautos do fim da luta de classes, da abun­dância, dos di­reitos hu­manos e da de­mo­cracia?

Esses des­do­bram-se agora em jus­ti­fi­ca­ções, em ex­pli­ca­ções, em pre­vi­sões que nunca se con­cre­tizam. Eles lá con­ti­nuam a falar, mas de facto nada de novo têm para dizer ao Mundo. Falam da re­cu­pe­ração eco­nó­mica mas logo a se­guir vêm dizer que é ne­ces­sário mais re­tro­cesso so­cial para sus­tentar o cres­ci­mento – o seu cres­ci­mento. Falam de de­mo­cracia, mas são os pri­meiros a re­primir aqueles que se le­vantam na luta – como nos EUA e na «de­mo­crá­tica» União Eu­ro­peia – ou a apoiar fas­cistas que se lançam em per­se­gui­ções e atro­ci­dades como na Ucrânia. En­chem a boca com di­reitos hu­manos mas todos os dias os negam a mi­lhões de seres hu­manos e as­so­biam para o lado quando Is­rael faz uma ma­tança de 2000 pa­les­ti­ni­anos em dois meses dos quais 600eram  cri­anças. Falam do com­bate aos ra­di­ca­lismos mas fi­nan­ciam e armam por baixo da mesa grupos que lançam o terror como no Iraque e na Síria. Falam do com­bate ao ter­ro­rismo mas ins­tigam con­flitos que deixam países de­vas­tados en­tre­gues ao caos como na Líbia.

Falam de de­sen­vol­vi­mento mas a His­tória aí está a falar por si. O re­sul­tado da cam­panha re­van­chista do grande ca­pital e do im­pe­ri­a­lismo contra as con­quistas al­can­çadas com a luta dos povos e com as ex­pe­ri­ên­cias do so­ci­a­lismo salda-se numa pro­funda crise eco­nó­mica e so­cial sem fim à vista. Não há pro­pa­ganda que es­conda o de­sastre para onde o ca­pi­ta­lismo está a con­duzir o Mundo. Que o digam os mais de du­zentos mi­lhões de de­sem­pre­gados, os 842 mi­lhões que não têm que comer, os 1500 mi­lhões que vivem na po­breza ou os 21 mi­lhões que em pleno sé­culo XXI são es­cravos.

É esta a re­a­li­dade do ca­pi­ta­lismo e da sua crise!

O Mundo está em guerra porque, com o apro­fundar da crise, o grande ca­pital e as grandes po­tên­cias im­pe­ri­a­listas tentam con­tra­riar o seu de­clínio eco­nó­mico fa­zendo uso da força para sub­meter os povos e manter o seu do­mínio sobre re­cursos, mer­cados e po­si­ções ge­o­es­tra­té­gicas. Não há pro­pa­ganda que o possa iludir: – a causa da guerra ra­dica no pró­prio sis­tema que a en­gendra: o ca­pi­ta­lismo.

Mas se os pe­rigos são grandes também são grandes as po­ten­ci­a­li­dades que temos pela frente para o de­sen­vol­vi­mento da luta eman­ci­pa­dora. Os povos lançam-se em po­de­rosas jor­nadas de re­sis­tência, países in­teiros con­frontam a es­tra­tégia cri­mi­nosa do im­pe­ri­a­lismo. A re­a­li­dade aí está a de­mons­trar que tí­nhamos razão quando afir­mámos que o fim da União So­vié­tica e o de­sa­pa­re­ci­mento do so­ci­a­lismo como sis­tema mun­dial, al­te­rando ra­di­cal­mente a cor­re­lação de forças a favor do im­pe­ri­a­lismo, iria sig­ni­ficar mais in­jus­tiça, menos de­sen­vol­vi­mento, mais con­flitos e guerras e já são muitos aqueles que disso se dão conta.

En­ga­naram-se eles quando afir­maram que a His­tória tinha che­gado ao fim. Não! Não chegou! O ca­pi­ta­lismo, esse, é que de­monstra os seus li­mites his­tó­ricos, in­capaz de cor­res­ponder às ne­ces­si­dades e as­pi­ra­ções dos povos.

O fu­turo, esse, ao con­trário dos agoi­rentos prog­nós­ticos de há 25 anos, re­side na luta dos povos, na acção das forças do pro­gresso, na con­cre­ti­zação do ideal co­mu­nista, nas con­quistas an­ti­mo­no­po­listas e anti-im­pe­ri­a­listas ar­ran­cadas pela luta e re­side, no fundo e acima de tudo, no pro­jecto de que os co­mu­nistas são por­ta­dores, o so­ci­a­lism. Por di­versos ca­mi­nhos e etapas, essa é a grande pers­pec­tiva que se co­loca aos tra­ba­lha­dores e aos povos.

Que­remos então desta tri­buna prestar uma ho­me­nagem e afirmar a nossa pro­funda so­li­da­ri­e­dade aos povos e às forças pro­gres­sistas que estão no centro dos grandes com­bates do nosso tempo e que de­mons­tram que é pos­sível re­sistir, lutar e mesmo avançar. Aos povos do Médio Ori­ente que re­sistem às agres­sões, à chan­tagem da di­visão sec­tária, às in­ge­rên­cias e cons­pi­ra­ções do im­pe­ri­a­lismo. Em par­ti­cular ao povo da Pa­les­tina que, si­mul­ta­ne­a­mente mártir e herói, acaba de re­sistir a mais um he­di­ondo crime do poder si­o­nista de Is­rael.

So­li­da­ri­e­dade também forte e sen­tida ao povo ucra­niano, ví­tima das cons­pi­ra­ções do im­pe­ri­a­lismo para as­so­ciar aquele país à es­tra­tégia im­pe­ri­a­lista, ví­tima de uma guerra do go­verno gol­pista e fas­cista de Kiev contra o seu pró­prio povo. So­li­da­ri­e­dade que es­ten­demos de forma muito par­ti­cular aos co­mu­nistas ucra­ni­anos que en­frentam a per­se­guição po­lí­tica, o terror das hordas fas­cistas e a ten­ta­tiva de ile­ga­li­zação do seu Par­tido. Todos estes povos e forças estão na pri­meira linha da re­sis­tência, a par com os povos de África a braços com vá­rios con­flitos e ten­ta­tivas de de­ses­ta­bi­li­zação e co­lo­ni­zação num con­ti­nente mas­sa­crado por sé­culos de co­lo­ni­a­lismo e im­pe­ri­a­lismo. Daqui vai uma sau­dação es­pe­cial à luta do povo do Sahara Oci­dental pela au­to­de­ter­mi­nação e in­de­pen­dência.

Mas se há re­sis­tência também há avanço. Avanço que nos faz ter mais con­fi­ança no fu­turo e ter mais cer­teza de que lutar vale sempre a pena.

Por isso que­remos daqui saudar com es­pe­cial en­tu­si­asmo os povos da Amé­rica La­tina que pro­ta­go­nizam al­guns dos mais avan­çados pro­cessos de pro­gresso so­cial e afir­mação so­be­rana do Mundo. Uma sau­dação acom­pa­nhada do com­pro­misso de tudo fazer para que, deste lado do Atlân­tico, pos­samos dar o nosso con­tri­buto para der­rotar as ma­no­bras gol­pistas que tentam, como na Ve­ne­zuela Bo­li­va­riana, fazer andar para trás o re­lógio da His­tória. Uma sau­dação so­li­dária que, de forma es­pe­ci­al­mente ca­lo­rosa, en­vi­amos ao povo de Cuba que afir­mando a sua Re­vo­lução So­ci­a­lista re­siste ao blo­queio e às pro­vo­ca­ções do im­pe­ri­a­lismo e pros­segue a luta pelo apro­fun­da­mento e aper­fei­ço­a­mento da re­vo­lução so­ci­a­lista.

É esta a re­a­li­dade do Mundo de Hoje. De um lado uma vi­o­lenta ofen­siva do im­pe­ri­a­lismo, do outro a luta dos povos em todos os con­ti­nentes e também aqui na Eu­ropa.

In­verter o rumo da Eu­ropa

A vida aí está a dar razão àqueles que, como o PCP, desde a pri­meira hora se opu­seram à CEE / União Eu­ro­peia e pos­te­ri­or­mente à União Eco­nó­mica e Mo­ne­tária e ao euro – que se con­firma como um ins­tru­mento cen­tral de ex­plo­ração e de do­mínio eco­nó­mico e po­lí­tico e que está na origem da pro­funda crise que vi­vemos.

Uma crise que expõe com grande ni­tidez as in­sa­ná­veis con­tra­di­ções e os li­mites do pro­cesso de in­te­gração ca­pi­ta­lista eu­ropeu.

Uma crise à qual a União Eu­ro­peia reage de forma muito vi­o­lenta acen­tu­ando o ne­o­li­be­ra­lismo, o fe­de­ra­lismo e o mi­li­ta­rismo, apro­fun­dando o ca­rácter anti-so­cial das suas po­lí­ticas, ata­cando a de­mo­cracia, im­pondo re­la­ções de tipo co­lo­nial no seu seio e afir­mando-se cada vez mais como um bloco po­lí­tico-mi­litar im­pe­ri­a­lista.

Os úl­timos anos con­firmam, cada vez mais, o rumo para um beco sem saída abra­çado pela di­reita e a so­cial-de­mo­cracia e a ine­xis­tência de so­lu­ções para a crise no ac­tual quadro de in­te­gração.

A questão que está hoje co­lo­cada é a de que passos são ne­ces­sá­rios dar para in­verter o ac­tual rumo da Eu­ropa. A questão que está co­lo­cada é que os pi­lares, os ins­tru­mentos, as po­lí­ticas co­muns, os tra­tados, os pactos, não servem, com­pro­va­da­mente, os in­te­resses dos povos da Eu­ropa.

Ques­tões que re­velam a im­por­tância da luta dos povos em de­fesa de uma Eu­ropa de Paz e não uma União Eu­ro­peia da guerra. Uma Eu­ropa de co­o­pe­ração entre es­tados so­be­ranos e iguais em di­reitos e não a União Eu­ro­peia da im­po­sição e do do­mínio. Uma Eu­ropa de pro­gresso e di­reitos e não a União Eu­ro­peia da po­breza e do re­tro­cesso so­cial. Uma eu­ropa de con­ver­gência so­cial e não a União Eu­ro­peia da di­ta­dura do ca­pital. Uma Eu­ropa de ami­zade entre os povos e não a União Eu­ro­peia fe­chada ao Mundo.

Em Por­tugal, o que hoje se tornou uma re­a­li­dade in­dis­far­çável, são as con­sequên­cias pro­fun­da­mente ne­fastas e dra­má­ticas de anos e anos de po­lí­tica de di­reita, de re­cu­pe­ração ca­pi­ta­lista e de res­tau­ração mo­no­po­lista na vida dos por­tu­gueses e na si­tu­ação do País.

Hoje, mais do que nunca, está pa­tente na vida e na re­a­li­dade na­ci­onal o re­sul­tado de anos e anos de po­lí­ticas con­du­zidas por go­vernos do PS, PSD e CDS, di­ri­gidas à res­tau­ração dos grandes grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros e ao re­forço do seu poder e do­mínio. Po­lí­tica que pros­se­guiu, numa versão mais agra­vada, com a de­sas­trosa e ile­gí­tima de­cisão de im­po­sição ao País de um pacto de agressão e in­ge­rência ex­terna que, nestes úl­timos três anos, se­meou a des­truição e a ruína, dei­xando o País a san­grar e exau­rido.

Hoje, mais do que nunca, estão ex­postas na so­ci­e­dade por­tu­guesa as teias da pro­mis­cui­dade, da grande fraude eco­nó­mica e fi­nan­ceira, da cor­rupção, do fa­vo­ri­tismo que ali­mentou a cons­trução do novo im­pério mo­no­po­lista e da oli­gar­quia fi­nan­ceira que as­so­ciou poder po­lí­tico e eco­nó­mico, an­tigos e novos se­nhores do grande ca­pital na­ci­onal ao ca­pital es­tran­geiro que têm im­posto a sua lei no País – a lei da con­cen­tração e da cen­tra­li­zação for­çada da ri­queza à custa da ex­plo­ração do tra­balho e do em­po­bre­ci­mento geral dos por­tu­gueses.

As teias de uma po­lí­tica que en­tregou ao ca­pital na­ci­onal e es­tran­geiro os sec­tores es­tra­té­gicos da eco­nomia na­ci­onal, que levou à de­sin­dus­tri­a­li­zação, à des­truição das nossas pescas e da nossa agri­cul­tura, que con­duziu a uma cres­cente de­pen­dência do País.

Afir­mámos há muito, certos da nossa fun­da­men­tada razão, que a po­lí­tica se­guida por su­ces­sivos go­vernos do PS, PSD e CDS contra Abril, as suas con­quistas, no­me­a­da­mente contra as es­tru­turas eco­nó­micas e so­ciais saídas da Re­vo­lução, só podia con­duzir à pro­funda crise em que o País se en­contra.

A vida está a con­firmá-lo!

Pode o Go­verno de ser­viço, podem os co­men­ta­dores de ser­viço e ao ser­viço da po­lí­tica de di­reita que en­xa­meiam e mo­no­po­lizam o co­men­tário po­lí­tico e eco­nó­mico, re­ci­tando a car­tilha do ca­pi­ta­lismo do­mi­nante, jus­ti­ficar o in­jus­ti­fi­cável, sub­trair e iludir as causas da pro­funda de­gra­dação da si­tu­ação na­ci­onal e catar na ca­la­mi­tosa re­a­li­dade eco­nó­mica e so­cial um facto ou exemplo que lhes per­mita ali­mentar a mis­ti­fi­cação do País em re­cu­pe­ração e adornar o seu negro re­trato, que a re­a­li­dade está todos os dias a des­menti-los!

Só não vê quem não quer ver que o País con­tinua a ir ao fundo! Que a si­tu­ação do País é hoje pior que ontem e que, a manter-se esta po­lí­tica e este rumo, amanhã a si­tu­ação será pior e mais grave!

Só não vê quem não quer ver que vi­vemos numa si­tu­ação eco­nó­mica de re­cessão e es­tag­nação em al­ter­nância, acres­cen­tando sempre novas fa­lên­cias ao ex­tenso rol das mi­lhares de em­presas des­truídas. Que há muito o País vive do anúncio de falsas re­tomas que não se con­firmam. De pro­cla­mados êxitos de com­bate ao dé­fice ex­terno que logo se re­velam as­sentar em pés de barro, como está pa­tente no sig­ni­fi­ca­tivo au­mento do dé­fice co­mer­cial nestes pri­meiros seis meses do ano!

Só não vê quem não quer ver ou não quer deixar que se veja que com o sério recuo do PIB na­ci­onal ve­ri­fi­cado nos úl­timos três anos, ao ac­tual ritmo de cres­ci­mento da eco­nomia, en­tra­remos na ter­ceira dé­cada do sé­culo sem o re­cu­perar. E que isso sig­ni­fica com­pro­meter o fu­turo do País e a vida dos por­tu­gueses!

Que o País con­tinua a afundar-se sob o peso de uma dí­vida in­sus­ten­tável, acu­mu­lando su­ces­sivos má­ximos his­tó­ricos! Que es­tamos a ficar cada vez mais si­ti­ados e em­pur­rados para um beco sem saída!

Só não vê quem não quer ver que tão grave como o pre­sente são os pro­blemas cri­ados para o fu­turo deste País, porque em causa está a sua so­bre­vi­vência, com duas ques­tões nu­cle­ares em jogo: a sus­ten­ta­bi­li­dade de­mo­grá­fica do País, a braços com pro­blemas graves de na­ta­li­dade, agra­vada com a emi­gração mas­siva de jo­vens, e a pa­tente in­ca­pa­ci­dade de re­no­vação e mo­der­ni­zação das es­tru­turas pro­du­tivas e in­fra­es­tru­turas, pela queda su­ces­siva do in­ves­ti­mento, no­me­a­da­mente do in­ves­ti­mento pú­blico.

O País está a andar para trás

Só não vê quem não quer ver que não há qual­quer in­versão na trá­gica si­tu­ação so­cial do País. Que a po­breza alastra, alar­gando esse drama que atinge mais de dois mi­lhões e qui­nhentos mil por­tu­gueses que vivem abaixo do li­miar da po­breza. Que em vez de in­versão, se ma­ni­festa de forma mais vi­o­lenta e dra­má­tica na vida das pes­soas a re­dução e corte dos sa­lá­rios e das re­formas, a des­va­lo­ri­zação do sa­lário mí­nimo, o de­sem­prego, a pre­ca­ri­e­dade, o cruel corte nas pres­ta­ções so­ciais, o au­mento brutal dos im­postos, em casas de ha­bi­tação per­didas, em dí­vidas e cré­dito mal­pa­rado, em sa­lá­rios e re­formas pe­nho­radas, em elec­tri­ci­dade e água cor­tadas, em fome que no seu con­junto atingem cen­tenas de mi­lhares de por­tu­gueses.

Uma trá­gica si­tu­ação so­cial que se agra­vará à me­dida que se de­grada o sis­tema de pro­tecção so­cial, se sub­verte e des­trói as leis do tra­balho para abrir as portas a uma ex­plo­ração sem li­mites!

Só não vê quem não quer ver que o de­sem­prego con­tinua a ser uma chaga so­cial brutal. Que o de­sem­prego ofi­cial não cor­res­ponde ao de­sem­prego real. Que estão a sair mais de 350 por­tu­gueses por dia para a emi­gração! Uma saída mas­siva de gente de que o País pre­cisa e de que não devia pres­cindir! Que o que cresce é o fic­tício em­prego da for­mação tem­po­rária e dos es­tá­gios sem saída!

Só não vê quem não quer ver que os por­tu­gueses estão mais po­bres e mais po­bres vão ficar à me­dida que se de­gradam e des­troem ser­viços pú­blicos que são ân­coras es­sen­ciais, não apenas para ga­rantir uma vida digna a que as­pi­ramos para todos os por­tu­gueses, mas para o pró­prio de­sen­vol­vi­mento do País.

Se de­grada e des­trói o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, a braços com di­fi­cul­dades cres­centes para ga­rantir um ser­viço de qua­li­dade com os bru­tais cortes que lhe im­põem, os en­cer­ra­mentos for­çados de ser­viços, a de­te­ri­o­ração das con­di­ções de tra­balho, em re­sul­tado de uma cri­mi­nosa po­lí­tica que está apos­tada em fazer do di­reito à saúde dos por­tu­gueses um ne­gócio!

Se de­gradam as con­di­ções de fun­ci­o­na­mento da Es­cola Pú­blica e do en­sino à míngua de re­cursos fi­nan­ceiros, hu­manos e ma­te­riais que de­li­be­ra­da­mente lhes nega uma po­lí­tica que de­finiu como grande ob­jec­tivo a eli­ti­zação do en­sino – um en­sino re­pro­dutor de de­si­gual­dades so­ciais!

Mais po­bres também e des­pro­te­gidos com uma Jus­tiça mais dis­tante das po­pu­la­ções que mais pre­cisam e mais cara, agra­vada agora com a so­lução do novo Mapa Ju­di­ciário a que nos opu­semos.

Mais po­bres os por­tu­gueses que vêem a sua cul­tura su­bal­ter­ni­zada e os seus cri­a­dores e ar­tistas re­du­zidos a um aces­sório dis­pen­sável por uma po­lí­tica sem brio, nem dig­ni­dade pa­trió­tica.

Mais pobre o País com o seu sis­tema ci­en­tí­fico em no­tório e grave re­tro­cesso e quando vê partir mi­lhares de ci­en­tistas tão ne­ces­sá­rios ao seu de­sen­vol­vi­mento.

Mais po­bres e mais des­pro­te­gidas as po­pu­la­ções do in­te­rior do País e das zonas rai­anas à me­dida que a agri­cul­tura, a flo­resta, os sec­tores de pro­dução tra­di­ci­o­nais são aban­do­nados à sua sorte e vêem ao mesmo tempo que tudo lhes tiram: es­colas, cen­tros de saúde, ur­gên­cias, tri­bu­nais, cen­tros de Se­gu­rança So­cial, postos dos CTT, sec­ções de fi­nanças, dei­xando atrás de si um vazio de res­postas às ne­ces­si­dades das po­pu­la­ções, acen­tu­ando os graves fe­nó­menos de de­ser­ti­fi­cação e re­gressão de­mo­grá­fica que estão pre­sentes no País.

Não! Por­tugal não está em re­cu­pe­ração, nem pro­cu­rando os ca­mi­nhos do pro­gresso. O País está a andar para trás!

Com esta po­lí­tica ile­gí­tima e in­cons­ti­tu­ci­onal é o pró­prio pres­tígio do re­gime de­mo­crá­tico que se de­grada e se quer pôr em causa. Uma po­lí­tica exe­cu­tada por um Go­verno que faz da Cons­ti­tuição o alvo pri­vi­le­giado da sua ofen­siva no plano po­lí­tico e da sua prá­tica go­ver­na­tiva pre­texto para con­fron­tação com ou­tros ór­gãos de so­be­rania e o re­gular fun­ci­o­na­mento das ins­ti­tui­ções de­mo­crá­ticas.

Olhando para a re­a­li­dade do nosso País, o que os por­tu­gueses podem ver, cada vez com mais cla­reza, é a po­lí­tica de re­cu­pe­ração ca­pi­ta­lista e mo­no­po­lista, as­sente nas pri­va­ti­za­ções, na fi­nan­cei­ri­zação da eco­nomia, no fa­vo­re­ci­mento da eco­nomia de ca­sino, em des­favor dos sec­tores pro­du­tivos na­ci­o­nais e dos in­te­resses do País.

Podem vê-lo na de­gra­dação do sis­tema fi­nan­ceiro, na mul­ti­pli­cação dos es­cân­dalos e das su­ces­sivas fraudes, do BPN, do BCP, do BPP e agora com mais evi­dência na im­plosão do im­pério da fa­mília Es­pí­rito Santo, do seu Grupo e do seu Banco. Desse im­pério que se cons­truiu e se de­sen­volveu, tal como ou­tros, de­baixo da asa pro­tec­tora dos su­ces­sivos go­vernos do PS, PSD e CDS!

A fa­lência do Grupo e Banco Es­pí­rito Santo não é mais uma fa­lência qual­quer de um qual­quer grupo em­pre­sa­rial! É a de­mons­tração da fa­lência da re­cu­pe­ração ca­pi­ta­lista. Ele­mento nu­clear e sím­bolo da po­lí­tica de di­reita, o ruir do im­pério Es­pí­rito Santo exibe a fa­lência da pró­pria po­lí­tica de di­reita!

É o re­sul­tado da po­lí­tica de roda livre para a oli­gar­quia que tudo do­mina, que ga­rante lugar re­ser­vado em Con­selho de Mi­nis­tros para de­cidir e impor o pacto de agressão do con­fisco, da ex­torsão e da aus­te­ri­dade se­vera para os ou­tros, para os tra­ba­lha­dores e para o povo!

A po­lí­tica do «ai aguenta, aguenta», porque não eram eles que aguen­tavam!

Dos se­nhores im­po­lutos e de­sin­te­res­sados pa­tri­otas, das cho­rudas contas aqui ao lado ou nos con­fins do mundo, mas sempre a pro­clamar ve­e­men­te­mente a de­fesa dos in­te­resses da pá­tria!

Dos ges­tores, exem­plos de ex­ce­lência da pro­cla­mada su­pe­ri­o­ri­dade da gestão pri­vada sobre a pú­blica!

Dos no­tá­veis e dis­tintos be­ne­mé­ritos, mãos largas no fi­nan­ci­a­mento das cam­pa­nhas elei­to­rais dos par­tidos do tão re­ve­ren­ciado arco do poder – os par­tidos do arco da troika, da banca e dos ne­gó­cios que têm go­ver­nado o País!

É bem o es­pelho do fun­ci­o­na­mento do sis­tema ca­pi­ta­lista e o re­sul­tado de uma po­lí­tica de fa­vo­re­ci­mento da es­pe­cu­lação, das ne­go­ci­atas, do en­ri­que­ci­mento in­jus­ti­fi­cado, de ex­torsão sis­te­má­tica dos re­cursos do País e dos por­tu­gueses.

Sim, não é por obra do acaso que um quarto da ri­queza, em Por­tugal, está na mão de 1% da po­pu­lação! E 5% dis­põem de quase 50%!

Uma si­tu­ação ali­men­tada por um poder po­lí­tico cap­tu­rado, através de uma ampla e me­tó­dica per­muta de qua­dros e di­ri­gentes entre os grandes grupos eco­nó­micos e ór­gãos do poder.

Há dias, Passos Co­elho dizia que era pre­ciso pôr fim aos «pri­vi­lé­gios» da muita gente que «vivia entre a po­lí­tica e os ne­gó­cios, e os ne­gó­cios e a po­lí­tica».

É pre­ciso ter lata! E logo o PSD, o par­tido cam­peão dos mi­nis­tros e se­cre­tá­rios de Es­tado que saltam entre go­verno, banca e grupos eco­nó­micos, se­guido muito de perto, é ver­dade, pelo PS.

O que se passou e o que se passa no BES e no Grupo Es­pí­rito Santo é de uma enorme gra­vi­dade, para que o Go­verno e o Banco de Por­tugal lavem as mãos das suas res­pon­sa­bi­li­dades, como pre­tendem. Res­pon­sa­bi­li­dades que devem ser as­su­midas e que o PCP exige serem apu­radas no quadro da Co­missão de Inqué­rito Par­la­mentar que esta se­mana apre­sentou.

Mas exige, igual­mente, res­postas muito claras quanto ao fu­turo do Banco. De um Banco re­ca­pi­ta­li­zado com di­nheiros pú­blicos. De um Banco e de um Grupo que tem enormes res­pon­sa­bi­li­dades pe­rante os seus mi­lhares de tra­ba­lha­dores, que é pre­ciso sal­va­guardar, mas igual­mente de grande im­pacto na eco­nomia na­ci­onal.

Da nossa parte, da parte do PCP, mais uma vez re­a­fir­mamos a nossa opo­sição à venda à pressa e ao des­ba­rato do pa­tri­mónio e ac­tivos das em­presas do GES e do Banco Novo, até ao apu­ra­mento real e de­fi­ni­tivo da si­tu­ação e res­pon­sa­bi­li­dades.

O BES não pode ser a re­pro­dução do BPN!

As so­lu­ções não podem ser as de trans­ferir o «lixo tó­xico» para o Es­tado e mi­lhões de euros de fundos pú­blicos para servir as es­tra­té­gias dos grandes grupos fi­nan­ceiros, prontos a ad­quirir todo o pa­tri­mónio ren­tável a preço de saldo!

É ur­gente apurar res­pon­sa­bi­li­dades cri­mi­nais em re­lação à gestão da­nosa dos res­pon­sá­veis di­rectos do BES/​GES e ga­rantir que é o seu avul­tado pa­tri­mónio e ac­tivos que devem res­ponder na re­so­lução do Banco!

Vale a pena lutar

É pre­ciso con­denar e der­rotar uma po­lí­tica que já provou não servir os in­te­resses na­ci­o­nais!

E isso está nas mãos do nosso povo! Está nas suas mãos e na força da sua luta a pos­si­bi­li­dade de varrer do ho­ri­zonte das suas vidas os res­pon­sá­veis pelo con­tínuo afun­da­mento do País! Está nas mãos dos tra­ba­lha­dores e do povo de­fender os seus di­reitos e pro­gredir nas suas con­di­ções de vida!

Uma luta que se de­sen­volveu com grande in­ten­si­dade e am­pli­tude e que daqui sau­damos. Lutas ao longo de todo o ano e que mar­caram também os úl­timos meses. Grandes ma­ni­fes­ta­ções de rua, greves e pa­ra­li­sa­ções. Lutas dos tra­ba­lha­dores nas em­presas e sec­tores, na in­dús­tria, nos ser­viços, nos trans­portes e co­mu­ni­ca­ções, na co­mu­ni­cação so­cial, na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, cen­tral e local. Lutas dos pro­fis­si­o­nais das forças e ser­viços de se­gu­rança e dos mi­li­tares. Lutas dos agri­cul­tores, da ju­ven­tude e dos es­tu­dantes, luta dos re­for­mados e pen­si­o­nistas, luta das pes­soas com de­fi­ci­ência e luta das po­pu­la­ções contra o en­cer­ra­mento de ser­viços pú­blicos. Lutas contra as pri­va­ti­za­ções.

Luta que in­fligiu sé­rias der­rotas ao grande ca­pital e ao seu Go­verno de ser­viço e as­se­gurou im­por­tantes re­sul­tados. A luta dos tra­ba­lha­dores, apesar de todas as ma­no­bras di­la­tó­rias, repôs o pa­ga­mento dos sub­sí­dios de fé­rias e Natal cor­tados, travou a di­mensão dos cortes dos sa­lá­rios e a sua per­pe­tu­ação, der­rotou a cha­mada con­tri­buição de sus­ten­ta­bi­li­dade no corte das pen­sões, impôs o pa­ga­mento dos sub­sí­dios de de­sem­prego e de do­ença na sua to­ta­li­dade, as­se­gurou au­mentos sa­la­riais, pro­tegeu e aplicou di­reitos, de­fendeu postos de tra­balho, passou tra­ba­lha­dores com vín­culos pre­cá­rios a efec­tivos.

A ma­nu­tenção ou re­po­sição do ho­rário de tra­balho das 35 horas se­ma­nais na larga mai­oria dos mu­ni­cí­pios e em muitas fre­gue­sias cons­ti­tuem uma grande der­rota do Go­verno e das pre­ten­sões do grande ca­pital sobre o ho­rário de tra­balho e uma grande vi­tória dos tra­ba­lha­dores.

Luta, per­sis­tência, com­ba­ti­vi­dade e re­sul­tados as­sentes na uni­dade e na acção das suas or­ga­ni­za­ções e mo­vi­mentos de onde des­ta­camos e sau­damos a CGTP-IN!

Se­me­aram a ilusão de uma mu­dança, de uma saída limpa, de um novo ciclo com a anun­ciada saída da troika.

Fa­laram em fim do pro­tec­to­rado e até co­lo­caram os re­ló­gios da pro­pa­ganda e da men­tira a marcar a hora da li­ber­tação do País e dos sa­cri­fí­cios.

Mas, tal como pre­víamos e ao con­trário do pro­cla­mado, o que pros­segue é a mesma po­lí­tica de ex­plo­ração do povo e do País, agora sob a ba­tuta das im­po­si­ções do Tra­tado Or­ça­mental que PS, PSD e CDS apro­varam e dos cri­té­rios do Pacto da União Eco­nó­mica e Mo­ne­tária, fal­sa­mente de­no­mi­nado de cres­ci­mento e de em­prego.

Ter­minou o dito pro­grama de as­sis­tência fi­nan­ceira do FMI e as­so­ci­ados –, mas con­tinua a mesma po­lí­tica de roubo nos sa­lá­rios, re­formas e pen­sões, de des­truição dos di­reitos so­ciais e de ex­plo­ração do tra­balho, de ali­e­nação do pa­tri­mónio e re­cursos do País.

É essa a pers­pec­tiva que se apre­senta para o ime­diato e que pre­param para o fu­turo com a cum­pli­ci­dade do PS com a sua vin­cu­lação às ori­en­ta­ções e cri­té­rios de uma po­lí­tica eco­nó­mica, mo­ne­tária e or­ça­mental de sub­missão aos mer­cados fi­nan­ceiros e aos grandes grupos eco­nó­micos.

É essa a pers­pec­tiva que Passos Co­elho con­firma quando afirma, di­ri­gindo-se aos seus par­ti­dá­rios no Pontal, que «isto ainda vai a meio»!

Por isso, não perdem tempo!

Não es­peram se­quer pela aber­tura da As­sem­bleia da Re­pú­blica. Aí estão a impor o seu fun­ci­o­na­mento ex­tra­or­di­nário para a ime­diata re­toma dos cortes dos sa­lá­rios da Ad­mi­nis­tração Pú­blica.

É essa a pers­pec­tiva de con­ti­nu­ação da mesma po­lí­tica quando se anuncia, em nome da di­ta­dura do dé­fice e do gar­rote da dí­vida, mais sete mil mi­lhões de novos cortes e de novas me­didas de ex­torsão e sa­cri­fí­cios até 2019!

Novos cortes e novas me­didas de li­qui­dação de di­reitos dos por­tu­gueses, que são parte de um pro­cesso que quer con­denar Por­tugal a um re­gime de res­tri­ções bru­tais por mais de três dé­cadas.

A mesma po­lí­tica de ataque aos di­reitos la­bo­rais que de­sen­volvem com novas al­te­ra­ções do Có­digo do Tra­balho, vi­sando des­truir e gol­pear a con­tra­tação co­lec­tiva.

Todo um plano de acu­mu­lação de me­didas de re­tro­cesso so­cial, cujo prin­cipal ob­jec­tivo é a im­po­sição de um mo­delo eco­nó­mico as­sente em baixos sa­lá­rios e no tra­balho pre­cário e sem di­reitos.

A mesma po­lí­tica em pers­pec­tiva de cortes e mais cortes vi­sando o es­va­zi­a­mento das fun­ções so­ciais do Es­tado e uma ainda mais drás­tica re­dução dos di­reitos à saúde, à edu­cação e à Se­gu­rança So­cial.

Se­gu­rança So­cial que está na mira do ataque pri­vi­le­giado deste Go­verno com a sua anun­ciada in­tenção de apro­fundar a já ini­ciada contra-re­forma da Se­gu­rança So­cial e do Sis­tema de Pen­sões, tor­nando não só per­ma­nentes os cortes das re­formas, mas a con­ti­nu­ação da sua po­lí­tica de des­va­lo­ri­zação de todo o sis­tema de pro­tecção so­cial, tor­nando-o re­si­dual!

Um vasto con­junto de me­didas e de pro­jectos que estão em car­teira para gerir de acordo com o ca­len­dário elei­toral, tendo no ho­ri­zonte 2015, como já o in­dicia o se­mear das ilu­sões e ex­pec­ta­tivas, no­me­a­da­mente de uma re­dução de im­postos a prazo e re­po­sição total dos sa­lá­rios, le­vando ao en­gano muitos mi­lhares de por­tu­gueses, como o fi­zeram no pas­sado.

Um vasto pro­grama que visa eter­nizar a po­lí­tica de aus­te­ri­dade e con­fisco dos ren­di­mentos das classes e ca­madas po­pu­lares que acen­tuará a ten­dência de es­tag­nação da eco­nomia e o sis­te­má­tico es­tran­gu­la­mento da ac­ti­vi­dade dos pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios e agri­cul­tores.

Um pro­grama de ali­e­nação da ca­pa­ci­dade pro­du­tiva na­ci­onal sui­cida, com o seu plano de pri­va­ti­za­ções e trans­fe­rência para o grande ca­pital na­ci­onal e trans­na­ci­onal de novas em­presas e sec­tores es­tra­té­gicos.

O País não pode con­ti­nuar este ca­minho de de­gra­dação ace­le­rada das con­di­ções de vida dos por­tu­gueses.

É ne­ces­sário e ur­gente romper com esta tra­jec­tória de re­tro­cesso na­ci­onal!

Por isso, os pró­ximos tempos são de uma grande exi­gência para todos os que as­piram a um novo rumo para o País. Serão tempos de luta, mas igual­mente de de­ci­dido com­bate po­lí­tico e de­núncia de todas as ma­no­bras de sal­vação da po­lí­tica de di­reita.

Tempos de luta em todas as frentes!

Uma po­lí­tica al­ter­na­tiva

O de­sen­vol­vi­mento, alar­ga­mento e in­ten­si­fi­cação da luta dos tra­ba­lha­dores em torno das suas rei­vin­di­ca­ções, da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores é um ele­mento de­ci­sivo. A luta pela de­fesa dos ser­viços pú­blicos, do ser­viço na­ci­onal de saúde, da es­cola pú­blica, da Se­gu­rança So­cial e contra as pri­va­ti­za­ções é in­dis­pen­sável. A con­ver­gência da luta dos tra­ba­lha­dores, das vá­rias ca­madas e sec­tores so­ciais, as­sen­tando nos seus ob­jec­tivos e rei­vin­di­ca­ções es­pe­cí­ficos, é de­ter­mi­nante para a der­rota do Go­verno e para abrir ca­minho para a con­cre­ti­zação de uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

A der­rota deste Go­verno do PSD/​CDS e da po­lí­tica de di­reita com a luta e com o voto é a ta­refa das ta­refas que se apre­senta para o fu­turo ime­diato a todos os que não se con­formam com o rumo de des­ca­labro eco­nó­mico, so­cial e na­ci­onal que está em curso!

Ca­mi­nhamos para o úl­timo ano da ac­tual le­gis­la­tura. Der­rotar este Go­verno e esta po­lí­tica an­te­ci­pando essa der­rota, en­cur­tando-lhe a sua exis­tência, é um ser­viço que se presta ao nosso povo e ao País, uma ne­ces­si­dade im­pe­riosa, um im­pe­ra­tivo na­ci­onal!

Se pe­rante um Go­verno em que cada dia e cada se­mana a mais de vida re­pre­senta um dia e uma se­mana a mais no com­pro­me­ti­mento do fu­turo do País a luta pela sua de­missão é uma ne­ces­si­dade ina­diável, é pre­ciso afirmar com toda a cla­reza que tão im­por­tante quanto de­mitir este Go­verno é ga­rantir a der­rota da po­lí­tica de di­reita, romper com o ciclo de ro­ta­ti­vismo que tem per­mi­tido que PSD e PS, por turnos, com ou sem CDS à ilharga, a im­po­nham, ano após ano – e já lá vão 38 longos e pe­nosos anos!

É por isso que emerge com mais ac­tu­a­li­dade o alerta que temos feito para os por­tu­gueses não to­marem a forma pelo con­teúdo, de dis­tin­guirem entre caras e po­lí­ticas, de con­cluírem por ex­pe­ri­ência pró­pria (uma ex­pe­ri­ência feita de tantos e amargos sa­cri­fí­cios) que a opção que têm que fazer é a de con­tri­buírem com a sua de­cisão e a sua von­tade para romper com a po­lí­tica de di­reita e exi­girem, adop­tarem e cons­truírem uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda ao ser­viço do povo e do País.

É esse o ob­jec­tivo e a pri­o­ri­dade que to­mamos em mão. É essa as­pi­ração mais pro­funda – a de ver emergir como pos­si­bi­li­dade real uma po­lí­tica al­ter­na­tiva – que os por­tu­gueses an­seiam. Não este jogo de dis­putas pes­soais para fingir di­fe­renças onde tudo é gémeo, não esta farsa sobre in­ven­tados fu­turos pri­meiro-mi­nis­tros como se hou­vesse elei­ções para a função, não este em­buste mo­nu­mental de querer transpor para o País as falsas al­ter­na­tivas que se vão co­zi­nhando.

«A Força do Povo, por um Por­tugal com fu­turo – uma po­lí­tica e um go­verno pa­trió­ticos e de es­querda» é este o lema de uma acção de afir­mação po­lí­tica que o PCP lan­çará já a partir deste mês de Se­tembro.

Um acção na­ci­onal que nos pró­ximos meses iden­ti­fi­cará os eixos, os ob­jec­tivos e as pri­o­ri­dades nu­cle­ares de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda que rompa com o ca­minho para o abismo eco­nó­mico e so­cial para o qual o País está a ser con­du­zido.

Uma acção na­ci­onal que es­ta­be­le­cerá os con­teúdos, um pro­grama e um pro­jecto para a ina­diável po­lí­tica al­ter­na­tiva que as­se­gure, vi­a­bi­lize e con­cre­tize a cons­trução de um Por­tugal com fu­turo.

Uma acção na­ci­onal que afirma com con­fi­ança que re­side no povo a so­be­rania de de­cisão, que com a força do Povo, a sua luta e in­ter­venção mas também as suas op­ções e es­co­lhas é pos­sível romper com dé­cadas de po­lí­tica de di­reita e abrir ca­minho a uma po­lí­tica vin­cu­lada aos va­lores de Abril.

Uma acção na­ci­onal cons­truída para que mais por­tu­gueses se re­vejam na im­pe­riosa ne­ces­si­dade da­queles que são os vec­tores es­sen­ciais de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda: re­ne­go­ciar a dí­vida; re­cu­perar para o con­trolo pú­blico os sec­tores e em­presas es­tra­té­gicas, de­sig­na­da­mente do sector fi­nan­ceiro; pro­mover e va­lo­rizar a pro­dução na­ci­onal ar­ti­cu­lada com a va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e ren­di­mentos dos tra­ba­lha­dores e do povo e o res­peito pelos di­reitos; a de­fesa dos ser­viços pú­blicos e das fun­ções so­ciais do Es­tado; adoptar uma po­lí­tica fiscal que de­sa­grave a carga sobre os ren­di­mentos dos tra­ba­lha­dores e das pe­quenas e mé­dias em­presas, que tri­bute for­te­mente os ren­di­mentos do grande ca­pital, os lu­cros e di­vi­dendos, a es­pe­cu­lação fi­nan­ceira; re­jeitar a sub­missão às im­po­si­ções do euro e da União eu­ro­peia.

A rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e a cons­trução de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva que as­se­gure um País mais prós­pero, justo e de­sen­vol­vido é in­se­pa­rável da luta pela rup­tura com a sub­missão ao euro e a uma dí­vida in­sus­ten­tável e pela re­cu­pe­ração por Por­tugal dos ins­tru­mentos es­sen­ciais que as­se­gurem a sua so­be­rania eco­nó­mica, or­ça­mental, cam­bial e mo­ne­tária.

Por­tugal tem de se li­bertar de três cons­tran­gi­mentos que en­travam a re­cu­pe­ração eco­nó­mica e jus­ti­ficam o pro­cesso de re­tro­cesso so­cial – a di­mensão in­sus­ten­tável da dí­vida pú­blica e da dí­vida ex­terna, a in­te­gração mo­ne­tária no euro e a do­mi­nação fi­nan­ceira da banca pri­vada.

Pro­grama de acção

O PCP as­sume as suas res­pon­sa­bi­li­dades de grande par­tido da so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­onal, anun­ci­ando um pro­grama in­te­grado de acção po­lí­tica para re­ne­go­ciar a dí­vida, pre­parar o País para a saída do euro, re­tomar o con­trolo pú­blico do sector fi­nan­ceiro, as­pectos que cons­ti­tuem um im­pe­ra­tivo na­ci­onal e uma exi­gência pa­trió­tica.

Um pro­grama que se de­sen­vol­verá de ime­diato com:

- a re­a­li­zação da ini­ci­a­tiva de aber­tura da acção «A força do Povo por um Por­tugal com fu­turo» no pró­ximo dia 28 de Se­tembro cen­trada na dí­vida, no euro e nos in­te­resses na­ci­o­nais, onde se afir­marão e apre­sen­tarão ele­mentos es­sen­ciais que con­duzam à li­ber­tação de Por­tugal dos cons­tran­gi­mentos a que está su­jeito e re­cu­pere para o País ala­vancas es­sen­ciais para o seu de­sen­vol­vi­mento;

-  apre­sen­tação na AR no início da sessão le­gis­la­tiva de um pro­jecto de re­so­lução que es­ta­be­leça um pro­grama para res­gatar o País da de­pen­dência e do de­clínio, que vise fixar os ca­len­dá­rios, con­di­ções e op­ções da po­lí­tica na­ci­onal com vista: a re­ne­go­ciar a dí­vida com­pa­ti­bi­li­zando-a com o di­reito ao de­sen­vol­vi­mento; à cri­ação de es­tru­turas nos ór­gãos de so­be­rania que es­tudem e pre­parem o País para a saída do euro con­du­zida para a sal­va­guarda dos in­te­resses e con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo; a adoptar as de­ci­sões que con­duzam a um efec­tivo con­trolo pú­blico do sector fi­nan­ceiro, co­lo­cando-o ao ser­viço do in­te­resse do País e dos por­tu­gueses e não da es­pe­cu­lação;

- o de­sen­vol­vi­mento pelo Es­tado Por­tu­guês de pro­postas fun­da­men­tadas para a re­a­li­zação de uma Con­fe­rência In­ter­go­ver­na­mental para a re­vo­gação e sus­pensão ime­diata do Tra­tado Or­ça­mental, a re­vo­gação da União Ban­cária, me­didas vi­sando o papel do BCE, a abor­dagem do pro­cesso de dis­so­lução da União Eco­nó­mica e Mo­ne­tária e a ex­tinção do Pacto de Es­ta­bi­li­dade e a cri­ação de um pro­grama de apoio aos países cuja per­ma­nência no euro se tenha re­ve­lado in­sus­ten­tável bem como a re­jeição do Tra­tado Tran­sa­tlân­tico de Co­mércio e In­ves­ti­mentos UE/​EUA, ac­ções já anun­ci­adas pelos de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu.

O PCP anuncia assim a acção em todas as frentes na de­fesa da so­be­rania e da in­de­pen­dência, na de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais.

Uma acção que se ar­ti­cula com o lan­ça­mento e apre­sen­tação de outro con­junto de pro­postas di­ri­gidas à ime­diata ele­vação do poder de compra dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados, dos de­sem­pre­gados e de re­po­sição dos ren­di­mentos e di­reitos rou­bados. Pro­postas de va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e pen­sões, no­me­a­da­mente a do ina­diável au­mento do sa­lário mí­nimo na­ci­onal que de­veria ter sido já ac­tu­a­li­zado, em Junho, para 515 euros, bem como o es­ta­be­le­ci­mento de um ca­len­dário que ga­ranta no curto prazo a sua ele­vação para 600 euros!

Con­ver­gência para a al­ter­na­tiva

O PCP apela à con­ver­gência de todos os de­mo­cratas, pa­tri­otas e ho­mens e mu­lheres que sentem que a sua uni­dade para um pro­grama claro de rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda é um ca­minho em cons­trução. Um ca­minho que não re­sul­tará de exi­bidos pro­ta­go­nismos, in­ven­tadas di­fi­cul­dades de diá­logo, opor­tu­nistas apelos à uni­dade, mas da con­ver­gência sem pre­con­ceitos ou mar­gi­na­li­za­ções, de forças so­ciais e po­lí­ticas, de ci­da­dãos in­de­pen­dentes, de pa­tri­otas, di­na­mi­zada e su­por­tada pelo de­ci­sivo de­sen­vol­vi­mento da luta dos tra­ba­lha­dores e do nosso povo.

Am­pliar o de­bate sobre a po­lí­tica al­ter­na­tiva, alargar à con­tri­buição de muitos ou­tros de­mo­cratas e pa­tri­otas o de­bate sobre os eixos es­sen­ciais dessa po­lí­tica, elevar a cons­ci­ência em muitos mi­lhares de por­tu­gueses não apenas sobre as ra­zões e con­sequên­cias da po­lí­tica de di­reita, mas so­bre­tudo com a de­mons­tração de que há al­ter­na­tiva – são estes os mais im­por­tantes e de­ci­sivos ob­jec­tivos desta acção.

Uma pro­posta e um pro­jecto de po­lí­tica al­ter­na­tiva que re­tire Por­tugal do ato­leiro im­posto pelo ro­ta­ti­vismo de PS e PSD, sempre na pro­messa de novas caras, sempre re­co­lo­cando o conta qui­ló­me­tros a zero, sempre pro­cu­rando co­brar na de­si­lusão que al­ter­na­da­mente vão ali­men­tando a re­pro­dução de novas de­si­lu­sões, de­sis­tência e des­crença tão do in­te­resse da po­lí­tica de di­reita e dos seus ob­jec­tivos.

Não, o País não pre­cisa de mais pactos de re­gime sejam para uma dé­cada ou para um ano, o País não pre­cisa de lei­turas mais ou menos in­te­li­gentes do pacto de agressão ou do Tra­tado Or­ça­mental, o País não pre­cisa de ope­ra­ções de en­ge­nharia das leis elei­to­rais para fa­vo­recer ar­ti­fi­ci­al­mente os par­tidos de turno à po­lí­tica de di­reita.

O que o País pre­cisa é de romper com a po­lí­tica ao ser­viço dos grupos eco­nó­micos e da es­pe­cu­lação fi­nan­ceira, de se pôr de pé e re­jeitar as or­dens da União Eu­ro­peia e da se­nhora Merkel, de ver de­vol­vidos aos tra­ba­lha­dores e aos re­for­mados os ren­di­mentos e di­reitos rou­bados, de repor na vida po­lí­tica na­ci­onal o res­peito pela Cons­ti­tuição da Re­pú­blica e pelos va­lores de Abril.

O que o País pre­cisa é de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda que dê ex­pressão à as­pi­ração dos tra­ba­lha­dores e do povo, dos de­mo­cratas e pa­tri­otas ge­nui­na­mente em­pe­nhados em as­se­gurar para Por­tugal uma vida digna num País de­sen­vol­vido e so­be­rano.

Nestes tempos di­fí­ceis, exi­gentes, pe­ri­gosos, o PCP in­tervém de­ci­di­da­mente, en­frenta di­fi­cul­dades e obs­tá­culos, di­na­miza a re­sis­tência e pro­move a rup­tura, é a grande força da opo­sição à po­lí­tica de di­reita, a grande força di­na­mi­za­dora da luta de massas, a grande força da al­ter­na­tiva, é o par­tido com que os tra­ba­lha­dores e o povo contam e podem contar.

Um Par­tido que se afirma e re­força em todas as frentes, no plano so­cial, po­lí­tico e elei­toral e da or­ga­ni­zação par­ti­dária. Que se afirma, re­força e age com a acção de­di­cada e de­ci­dida dos seus mi­li­tantes nas em­presas e nas ruas, nas lutas dos tra­ba­lha­dores, das classes e ca­madas an­ti­mo­no­po­listas. Que se afirma e se dis­tingue pelo seu tra­balho na As­sem­bleia da Re­pú­blica, nas As­sem­bleias Le­gis­la­tivas das Re­giões Au­tó­nomas, no Par­la­mento Eu­ropeu, no Poder Local. Que se afirma e re­força no plano elei­toral. Desde a úl­tima Festa tra­vámos duas im­por­tantes ba­ta­lhas elei­to­rais – para as au­tar­quias lo­cais e para o Par­la­mento Eu­ropeu. Duas im­por­tantes ba­ta­lhas que se sal­daram por ex­pres­sivos êxitos do PCP, da CDU – a força po­lí­tica que cresce em votos, per­cen­tagem e man­datos.

Re­forçar o Par­tido

A vida deu-nos e dá-nos razão, as nossas pro­postas e pro­jecto cor­res­pondem in­tei­ra­mente às ne­ces­si­dades, a nossa luta é a base de cons­trução do fu­turo no ca­minho de Abril.

Por isso é pre­ciso con­ti­nuar a as­se­gurar o re­forço geral do Par­tido!

«Mais or­ga­ni­zação, mais in­ter­venção, maior in­fluência – Um PCP mais forte» é o lema da acção geral em curso para o re­forço do Par­tido. Re­forço que se traduz na acção de con­tacto com os mem­bros do Par­tido para a ele­vação da mi­li­tância, en­trega do novo cartão e ac­tu­a­li­zação de dados.

Re­forço que sig­ni­fica o re­cru­ta­mento de novos mi­li­tantes, con­cre­ti­zando a cam­panha de adesão ao Par­tido «Os Va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal». Uma cam­panha que avança bem. É com grande sa­tis­fação que po­demos hoje in­formar que desde o início deste ano já se jun­taram ao PCP 1100 novos ca­ma­radas, mais de me­tade com menos de qua­renta anos e um grande e sig­ni­fi­ca­tivo nú­mero de mu­lheres, 37% do total!

Re­forço que exige o au­mento da ca­pa­ci­dade de di­recção, para dar mais força à luta de massas, à in­ter­venção po­lí­tica, es­tru­turar a or­ga­ni­zação e me­lhorar o seu fun­ci­o­na­mento em vá­rias áreas dando pri­o­ri­dade à or­ga­ni­zação e in­ter­venção do Par­tido junto da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores, nas em­presas e lo­cais de tra­balho.

Re­forço dos meios de acção e in­ter­venção quanto à im­prensa par­ti­dária, à in­for­mação e à pro­pa­ganda.

Re­forço que exige a de­fesa e afir­mação da in­de­pen­dência fi­nan­ceira do Par­tido. Sim, sa­bemos que a in­de­pen­dência po­lí­tica e ide­o­ló­gica do Par­tido as­senta nos seus prin­cí­pios e linha po­lí­tica pró­pria, mas sa­bemos também que essa in­de­pen­dência po­lí­tica e ide­o­ló­gica exige uma or­ga­ni­zação pró­pria e a ga­rantia de meios fi­nan­ceiros, equi­pa­mentos, ins­ta­la­ções que sejam o su­porte da acção po­lí­tica do Par­tido.

Essa é uma ne­ces­si­dade e uma ta­refa per­ma­nente.

É também por isso do maior sig­ni­fi­cado que 25 anos pas­sados sobre o dia em que a Festa do Avante! passou a ter o seu ter­reno, este mag­ní­fico es­paço, se possa afirmar neste nosso co­mício que, no fu­turo, à Quinta da Ata­laia se vai juntar o es­paço da Quinta do Cabo, cri­ando con­di­ções para a ex­pansão da Festa, para a re­or­ga­ni­zação dos seus es­paços, para mais e me­lhor Festa do Avante!.

Esta de­cisão, cor­res­pon­dendo a uma grande as­pi­ração do co­lec­tivo par­ti­dário e dos vi­si­tantes da Festa, vai ser con­cre­ti­zada através de uma cam­panha na­ci­onal de fundos com esse ob­jec­tivo.

Neste tempo de di­fi­cul­dades esta de­cisão sig­ni­fica con­fi­ança, con­fi­ança numa Festa do Avante! ainda maior e me­lhor e sig­ni­fica acima de tudo con­fi­ança do Par­tido em si pró­prio, con­fi­ança nos tra­ba­lha­dores, na ju­ven­tude, no povo, con­fi­ança na luta para romper com o rumo de de­sastre na­ci­onal e cons­truir um Por­tugal com fu­turo.

Uma con­fi­ança in­dis­so­ciável do per­curso e dos ob­jec­tivos do nosso Par­tido, da sua di­fe­rença no plano po­lí­tico na­ci­onal.

O Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, o par­tido da he­róica re­sis­tência an­ti­fas­cista, o par­tido de Abril, da Re­vo­lução, das con­quistas e dos va­lores de Abril, o par­tido da luta de re­sis­tência à po­lí­tica de re­cu­pe­ração ca­pi­ta­lista, o par­tido da so­be­rania e da in­de­pen­dência na­ci­o­nais, o par­tido dos com­bates de hoje pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, por uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, pela de­mo­cracia avan­çada com os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal, tendo no ho­ri­zonte uma so­ci­e­dade nova.

Um par­tido em que a his­tória, a luta ac­tual e o seu papel fu­turo se fundam na iden­ti­dade co­mu­nista que as­sume com honra e con­vicção. As­sume a sua na­tu­reza de Par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores, aquele que me­lhor de­fende os in­te­resses das classes e ca­madas an­ti­mo­no­po­listas.

As­sume os seus prin­cí­pios de fun­ci­o­na­mento de­cor­rentes do de­sen­vol­vi­mento cri­a­tivo do cen­tra­lismo de­mo­crá­tico, as­sentes numa pro­funda de­mo­cracia in­terna, numa única ori­en­tação geral e numa única di­recção cen­tral. As­sume a sua base teó­rica, o mar­xismo-le­ni­nismo, o seu ca­rácter de par­tido pa­trió­tico e in­ter­na­ci­o­na­lista e o seu ob­jec­tivo de cons­trução de uma so­ci­e­dade nova – o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.

Num tempo em que o poder do­mi­nante e a ide­o­logia do­mi­nante pro­curam que­brar a re­sis­tência e a es­pe­rança, des­va­lo­rizar a luta, au­mentar a ex­plo­ração e as in­jus­tiças, re­tirar ao povo o seu di­reito ina­li­e­nável de ser o actor co­lec­tivo na cons­trução de um fu­turo me­lhor da sua pá­tria so­be­rana, nós re­a­fir­mamos a nossa con­fi­ança na luta dos tra­ba­lha­dores, na luta da ju­ven­tude, na luta do povo por­tu­guês, que sim é pos­sível outro rumo que in­tegre os va­lores de Abril num Por­tugal com fu­turo.

 



Mais artigos de: Festa do Avante!

Ninguém é estrangeiro

Chegados ao Espaço Internacional uma pergunta exige resposta: Que força é esta capaz de erguer com tamanha qualidade e beleza e manter em funcionamento harmonioso um Espaço onde a Festa se faz com gosto? A questão começa a ser descerrada recordando...

Abraço do tamanho da Festa

Não é novidade que na Festa do Avante! endereçamos a fraterna solidariedade dos comunistas e do povo português ao povo e governo de Cuba Socialista. «Cuba não está só», repetia-se no pavilhão da Associação de...

Momentos de solidariedade

Para além dos momentos de solidariedade com Cuba, nos quais participou René González e de que damos nota noutra peça nesta página, na Festa ocorreram quatro outras iniciativas semelhantes. No sábado, às 14h30, em Lisboa, membros de...

Música que toma partido

O Palco Solidariedade do Espaço Internacional não é hoje mais um na Festa do Avante!. Consolidou-se como um local onde a qualidade musical e do desempenho está garantida. E é reconhecida, como se prova pelos momentos de prazer e pela enorme festa...

Resistir e lutar<br>é o único caminho

«A questão palestiniana, o Mediterrâneo e o Médio Oriente» foi o tema debatido no sábado à tarde, no Palco Solidariedade do Espaço Internacional, perante vasta e interessada assistência. A ofensiva militar imperialista em...

O 25 de Abril e o mundo <br> de então e de hoje

O Convento dos Capuchos, em Almada, acolheu na sexta-feira, 5, o Seminário Internacional «A Revolução Portuguesa e a Situação na Europa e no Mundo 40 anos depois» promovido pelo PCP, que contou com a participação de 42 partidos e...

O direito ao desporto para todos

A presença do Desporto na Atalaia, pela combinação única de elementos que o caracteriza, voltou a constituir-se como um grande acontecimento desportivo, dando um contributo de relevo para esse êxito maior que foi a 38.ª edição da Festa do...

Uma história de sucesso

Voltou a saldar-se por um enorme êxito a Corrida da Festa, este ano na sua 27.ª edição. Foram no total perto de dois mil os participantes nesta que é reconhecidamente uma prova de grande qualidade sob vários pontos de vista, nomeadamente nos planos...

Igualar na diferença

São acolhidos sempre com simpatia e carinho. E eles sabem ser ali bem-vindos e, por isso, sentem-se bem, como em casa, sabendo também que a sua diferença é respeitada. Na tarde de sábado, no terreiro junto ao Lago, foi esse afecto e vibração...

Artes marciais

Foram mais de 150 os atletas que integraram a Gala de Artes Marciais com que abriu a programação do Polidesportivo na noite de sexta-feira. Uma grande participação que revela o interesse crescente das colectividades – cada classe levou pelo menos 30 atletas...

Tradição que perdura

A sua existência perde-se no tempo. Os seus praticantes são hoje maioritariamente pessoas mais velhas. Os mais jovens, esses, não abundam, mas enquanto houver jogadores, não importa a idade – e houver competições como os torneios da Festa do...

O prazer de jogar

Destinada à classe de benjamim (entre os oito e os dez anos), o torneio Avante Jovem, este ano na sua VIII edição, voltou a mobilizar centenas largas de crianças, afirmando-se como projecto consolidado na promoção da prática desportiva. A...

Praticar é divertido!

Divertida, bem humorada, a raiar o hilariante. Assim se pode resumir a apresentação no Sarau Gímnico, na noite de sexta-feira, da classe de ««Manutenção Masculina» da Associação Humanitária dos Bombeiros...

Assim se fazem campeões

Espaço sempre muito concorrido e animado é o «Matraquilhómetro». É de matraquilhos que falamos, pois claro, esse popular jogo – quem não o jogou? - praticado por gente de todas as idades, com lugar já cativo na Festa. Esta é...

De pequenino se torce...

Têm em curso um projecto de reestruturação com o qual ambicionam devolver ao Clube a áurea de outros tempos, como foi a que se viveu, por exemplo, na década de 90 do século passado, em que foram por duas vezes campeões nacionais da 2.ª...

Voo picado

É um dos maiores (são 127 metros) e mais seguros slides. No aspecto da segurança, aliás, dentro do «padrão normal», garantem-nos, oferece «a máxima». «Em Portugal não deve haver melhor», refere ao Avante!...

Com este povo que fez Abril

Em dezena e meia de debates realizados no Espaço Central várias centenas de visitantes da Festa aproveitaram a oportunidade de conhecer, aprofundar e debater, em torno de grandes temas da actualidade, com dirigentes comunistas e deputados do Partido. Mereceu destaque a...

Produção e Constituição

O combate à política de direita e a alternativa proposta pelo PCP foram concretizados, no programa de debates, em dois temas tratados no Auditório. No sábado à tarde, João Frazão, da Comissão Política do Comité Central do...

Vencer a crise, a dívida <br>e a exploração

No programa de debates do Espaço Central foi atribuída grande importância à crise actual do sistema capitalista, ao papel do sector financeiro e à luta por uma alternativa que rompa com a apropriação por uns poucos da riqueza produzida por...

O social como negócio

Sem estas funções sociais teremos outro Estado, com uma espiral de empobrecimento do povo para enriquecer uns poucos, que delas pretende fazer áreas de negócio, salientou Fernanda Mateus, da Comissão Política do Comité Central, já perto...

Abril aqui, sempre!

No ano em que a Festa do Avante! foi dedicada ao 40.º aniversário da Revolução dos Cravos – com direito a lema, «A Festa de Abril» –, o âmago desta evocação foi o Espaço Central: a decoração, as...

Festa, resistência, futuro

O Partido que constrói a Festa é o mesmo que durante anos resistiu ao fascismo, teve um papel determinante para que a revolução tivesse o conteúdo progressista e popular que teve e se assume hoje, uma vez mais, como a força política capaz de...

Avante! Mais espaço<br>Mais Festa<br>Futuro com Abril

O Secretário-geral do PCP acabou de tornar público a aquisição de um novo terreno para alargar a Festa – a Quinta do Cabo da Marinha. A Festa do Avante! vai contar no futuro com mais espaço: à Quinta da Atalaia junta-se agora o espaço da...

A literatura em festa<br>na Festa do Livro

Já dos campos nos chegavaA voz da fome despertaEra o trabalho que entravaPela porta da esperança aberta (mural no espaço Alentejo) Um mundo de livros, espaço apinhado de gente a olhar, a folhear, a comprar livros, gente que faz, também do livro, com...

Muita coisa boa e para todos os gostos

Como vem sendo habitual, a Feira do Livro serviu para lançar algumas obras dos mais diversos géneros literários, algumas delas de grande importância política e social, como o V volume das “Obras Escolhidas”, de Álvaro Cunhal. Passeando...

Grande confiança no Partido

Neste acto de abertura da 38.ª edição da Festa do Avante! queremos saudar todos os visitantes, todos os convidados, em particular as delegações estrangeiras que nos honram com a sua presença solidária, todos os amigos e militantes do Partido,...

Mais chão mais luta

O exacto momento em que o Secretário-geral do Partido declara aberta a Festa do Avante! – cerimónia carregada de simbolismo a que nunca faltou nestes 38 anos a assumpção clara do que somos e ao que vamos – é sempre assinalado pelo clamor colectivo...

A Festa cresce com o PCP

Muito antes da hora marcada o comício já mexe – há quem escolha o local onde estender a manta ou instalar a cadeira, que as pernas pedem tréguas e os bancos não chegam para todos, mas desde que se consiga ouvir está tudo bem; apressam-se outros a...

Energia redobrada<br>para prosseguir Abril

Quarenta anos depois da Revolução de Abril e 25 anos após a aquisição deste magnífico terreno da Quinta da Atalaia, a Festa do Avante! aqui está, de novo pelas mãos militantes deste grande colectivo partidário. Festa que...

Avante com Abril

Viva à Festa da Juventude, que é o fruto da confiança, da determinação, da alegria, da solidariedade. Somos milhares que lá fora, com o nosso povo, lutamos para que os valores de Abril que aqui se vivem sejam os valores da juventude e os valores de...

Um suplemento de alma para lutar

Mais uma vez na Festa do Avante! o concerto de abertura foi de música sinfónica. Um facto a sublinhar que cai no silêncio dos diversos telejornais, sempre muito prontos a darem notícia ou a fazerem reportagens em directo dos variegados festivais alive encharcados de...

Uma energia contagiante

O cartaz de espectáculos da Festa do Avante! era apelativo e foram milhares os que aplaudiram, cantaram, dançaram e saltaram ao som das dezoito bandas que passaram pelo maior palco da Atalaia. Sejam bandas consagradas ou nomes mais desconhecidos, quem por lá passa tem...

Músicas da liberdade

O Auditório 1.º de Maio, palco de manifestação, assinalou com músicas do mundo os 40 anos da Revolução de Abril, dando expressão a diversos sentimentos: alegria, fraternidade, amizade, solidariedade, amor, liberdade. Ali, durante os...

Os fotógrafos da Festa

Ana Pereira Ângela Bordalo Carlos Morganho Fernando Teixeira Inês Seixas Jaime Carita João Casanova Jorge Cabral Jorge Caria José Baguinho José Branco José Carlos Pratas José...

Um País a afirmar Abril

A Festa é sempre de Abril, mas na edição deste ano, marcada pelo 40.º aniversário da Revolução dos Cravos, a evocação da luta antifascista, do 25 de Abril, dos seus valores e conquistas, da sua consolidação no...

Uma festa para todos

O Espaço Criança, que a Associação «Os Pioneiros de Portugal» dinamiza, não passou ao lado do 40.º aniversário do 25 de Abril, como facilmente deixava entender a inscrição junto ao pré-pagamento do Bar Pioneiral....

Um espelho dos jovens<br>e das suas lutas

A Cidade da Juventude reflecte as aspirações e lutas dos jovens portugueses e as propostas e lutas da JCP. Talvez por isso seja um dos espaços mais concorridos pelos visitantes. Na exposição política, foi dado um grande destaque ao 40.º...

<i>Não tem de ser assim</i>

O tema do primeiro debate na Cidade da Juventude, realizado na tarde de sábado, resumia a ideia fundamental da iniciativa: «Precariedade, desemprego, emigração, abandono escolar: não tem de ser assim». «A resistência é o mais...

Arte para forjar um mundo novo

«A arte não é um espelho para reflectir o mundo, mas um martelo para forjá-lo». A frase, atribuída a Vladímir Maiakóvski, foi citada por Miguel Tiago, deputado do PCP, durante o debate realizado no Avanteatro que justamente colocava a...

Pelo direito a ser pessoa

A Festa do Avante!, momento ímpar anual da vida do PCP, partido em cujos estatutos, logo no seu artigo segundo, se afirma a «base teórica o marxismo-leninismo: concepção materialista e dialética do mundo, instrumento científico* de análise...

As portas da arte que a Festa abre

Entrar no Pavilhão Central é ter abertas as portas da arte. Esta magnífica galeria convida ao encontro do povo que é tema na arte e à arte que ganha o apreço do povo. Ano após ano, cresce a ousadia dos trabalhadores da arte e a vontade dos...

O mundo do sonho e do saber

Muita gente, entre cinéfilos, apreciadores da 7.ª arte ou simples curiosos, passou pela sala escura montada no Pavilhão Central. Fruto de uma escolha criteriosa, durante os três dias da Festa foram exibidas curtas e longas metragens, documentários e...